Maçonaria contemporânea e alguns dos seus desafios: mulher, o uso das redes sociais, laicidade e Landmarks - Parte II

Estudo sobre as transformações na sociedade contemporânea e seus reflexos na Maçonaria

Por Alexandre Gomes Galindo em 21/09/2024 às 22:22:08

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Reflexões sobre a Maçonaria contemporânea e alguns dos seus desafios: mulher, o uso das redes sociais, laicidade e Landmarks - Parte II

Alexandre Gomes Galindo

O autor constrói consistente estudo sobre as transformações na sociedade contemporânea e seus reflexos na Maçonaria. Egrégora publicou na edição 75 a primeira parte do trabalho.

PARTE II

MAÇONARIA CONTEMPORÂNEA E ALGUNS DE SEUS DESAFIOS: MULHER NA MAÇONARIA E USO DAS REDES SOCIAIS

Longe de ser um fato novo, a questão da participação da mulher na maçonaria esteve presente desde o início da sua trajetória de formação e desenvolvimento. A natureza desta participação se apresenta de forma diversa, conforme o tipo de relação que se estabelece entre a mulher e as dinâmicas da Ordem.

Neste sentido, pode-se apontar formas de relações que vão desde uma participação superficial (como simples esposa, ou filha, de um maçom), passando por atuações mais ativas (integrando entidades para-maçônicas) e até assumindo papéis de vanguarda no processo histórico de desenvolvimento da maçonaria (a exemplo da criação de Lojas/Potências femininas e mistas).

Todas estas formas de participação não se restringem apenas à esfera de discussão conceitual e dogmática. Elas são fatos dados e como tais devem ser analisados. Sobre este aspecto, a despeito das diferenças naturais existentes entre os seres, a mulher e o homem possuem características que os tornam, similares por uns aspectos, complementares e singulares por outros.

Evidências demonstram que, para além do simples papel de esposa de maçom, ou integrante de entidades para-maçônicas, existem registros esporádicos de mulheres que participaram em trabalhos dentro de lojas maçônicas conforme destaca Mellor (1989, p. 100).


Alguns nomes de mulheres são encontrados nos documentos da Fase operativa, como o de uma certa Margaret Wild, nos idos de 1663. Em 1696, o Mason"s Court Book cita duas viúvas. Em 1713-1714, as fontes referem a uma tal Mary Banister, filha de um barbeiro de Barking, aprendiz registrada por um tempo de serviço de sete anos, recebendo a corporação 5 shilings desse chefe.

Além deste argumento, Millor (1989, p. 99-100.) aponta duas outras afirmativas contestadoras sobre a justificativa do impedimento da participação da mulher nos trabalhos regulares de uma loja maçônica conforme os Landmarks da Ordem. O primeiro diz respeito ao fato de que "nenhuma exclusão das mulheres estava escrita nos Old Charges, ou Antigas Obrigações, (documentos originais da maçonaria) e o segundo está relacionado ao fato de que na Maçonaria especulativa a admissão da mulher não seria comprometida por uma suposta necessidade de força física exigida pela maçonaria operativa.

Em sua obra, o resgate feito por Mellor contextualiza este tema crítico, identificando-o como um grande problema a ser enfrentado pela atual Franco-maçonaria. Neste resgate, são trazidos a tona os elementos envolvidos nos processos de consolidação do movimento feminista e as características da participação da mulher na maçonaria desde antes do século XVIII até o século XX, detalhando inclusive o processo de formação da maçonaria feminina (através da fundação da Grande Loja "O Direito Humano"), da evolução da maçonaria mista e da própria fundação da Grande Loja Feminina da França. Fundamentado neste contexto, foram destacados pelo referido autor quatro possíveis cenários frente a questão da mulher na maçonaria contemporânea, conforme Tabela 2



Ainda sobre este tema, vale resgatar as opiniões de Para Prires e Ruan (2015), respectivamente Presidente do Conselho Nacional da Federação Portuguesa da Ordem Maçônica Mista Internacional e Grã-Mestra da Grande Loja Feminina de Portugal, que apresentam pontos de vista singulares frente a relação entre homens e mulheres na maçonaria:




No meu entender, como já me referi, não deve haver a separação das mulheres dos homens na Maçonaria, embora respeite a liberdade de cada ser humano na sua escolha. A maçonaria mista é a mais próxima à Maçonaria Universal, pois, sendo formada por homens e mulheres, que trabalham em conjunto, pelo que a considero assim, mais justa, mais perfeita e mais equilibrada. Os homens e as mulheres têm características diferentes, é certo, mas que se completam e se complementam ainda melhor se caminharem, lado a lado, pensando, e, construindo novos rumos. (PRIRES, 2015. p. 123.).

As mulheres maçonas são mulheres como as outras, sem qualquer elitismo. São mulheres inseridas na sociedade, vindas de toda a origem cultural, sem idade determinada, solteiras, casadas, mães, estudantes, profissionalmente ativas ou reformadas, mas que possuem em comum um olhar mais consciente sobre elas mesmas e sobre o mundo, além de uma vontade de participar na organização social ou política da Cidade ou Estado. (...) Temos a plena consciência que o Homem é o outro polo da humanidade, sabemos quão enriquecedor é trabalhar em Templo com Irmãos de outras Obediências, mas o Homem e a Mulher são seres distintos e como tal, sentem pensam e vivenciam de forma diversa o que lhes é dado a experimentar, na especificidade da riqueza de cada um dos seus gêneros (Ruan, 2015. p. 123-124).



As perspectivas apresentadas acima denotam o quanto o assunto demarca um importante campo de debate e construção das relações maçônicas nos dias de hoje. Neste sentido, Ismaill (2012. p. 70-73) colabora apontando que as diferentes justificativas para a restrição das mulheres na maçonaria se aglutinam em dimensões de cunho histórico, social, ocultista, sexual, legal e moral, sendo necessário que estas dimensões sejam observadas no enfrentamento honesto dos dilemas e paradoxos característicos da maçonaria contemporânea

Vale ressaltar que, da mesma forma que a maçonaria operativa não era a mesma da maçonaria moderna, tão pouco a mesma da maçonaria contemporânea, a maçonaria da segunda metade do século XXI terá na aceitação da participação da mulher nos trabalhos de Loja em coexistência reconhecida de Lojas Masculinas, Femininas e Mistas um ponto de pauta no campo das prováveis mudanças a serem debatidas.

Já a temática do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) no ambiente maçônico vem ganhando cada vez mais espaço privilegiado no estabelecimento das pautas de discussões e deliberações administrativas dos Organismos Maçônicos.

Os dilemas inerentes a uma instituição centenária, como a maçonaria, frente aos desafios relacionados com o uso das TICs, remetem os dirigentes e obreiros a ela vinculados à uma revisão em vários de seus valores e atitudes relacionados com a maneira com que lidam com as informações. Tendo em vista a natureza que caracteriza a Maçonaria, vale resgatar o apontamento trazido pelos professores Júnior e Rocha (2019). Conforme eles nos alertam,



A Maçonaria ou as Maçonarias, como toda e qualquer outra instituição, entidade ou empresa, independentemente dos seus interesses privados ou de sua concepção ou forma de atuação, possui um cabedal de saberes e valores outros, cultura, filosofia, simbolismo, doutrinas e políticas, que, podendo serem definidas formal ou praticadas informalmente, precisa ser preservada em garantia e segurança da própria instituição e dos seus membros efetivos ou associados. (JÚNIOR E ROCHA, 2019, p. 42)

Neste sentido, torna-se crítico o entendimento de que as Ordens maçônicas devam acompanhar as mudanças da contemporaneidade, incorporando os avanços tecnológicos na gestão da informação, tendo o cuidado de preservarem os traços que às caracterizam como instituições que possuem elementos próprios e singulares que as definem. Sobre este aspecto, vale resgatar as sugestões apresentadas por Lôbo (2015) usando apenas o Instagram como objeto de análise. Ao apontar os potenciais uso do instagram no ambiente empresarial (e inclusive não empresarial) o autor destaca que:


[...] O Instagram é uma ótima plataforma para quem quer aumentar o engajamento e criar uma personalidade para a sua marca por meio da interação com os fãs; Por ser um aplicativo de dispositivos móveis a sua taxa de conversão tende a ser maior; O Instagram tem 15 vezes mais engajamento do que o Facebook, mesmo sendo menor, e a plataforma de fotos ainda está crescendo; Qualquer tipo de negócio pode usar o Instagram, e empresas com produtos físicos podem aproveitar ainda mais a plataforma; Há 5 formas básicas de aplicar uma boa estratégia de engajamento no Instagram: Usar fotos dos seguidores; Mostrar os bastidores; Organizar competições e sorteios envolvendo fotos; Imitar os seus fãs; Promover uma imagem. (LÔBO, 2015)

Desta forma, apenas para exemplificar, são elencados na Tabela 3 possíveis abordagens de uso das ferramentas Instagram, Facebook, WhatsApp, E-mail, YouTube viáveis à maçonaria contemporânea. Estas propostas foram elaboradas incorporando o pressuposto de que as Organizações devam estabelecer planejamento prévio de uso e códigos de conduta relacionados com a utilização das redes sociais pelos seus membros.





O uso das TICs, e em especial das Redes Sociais pela comunidade maçônica, se mostra como um fenômeno irreversível e que remete aos atuais gestores das Ordens maçônicas, tanto a uma releitura de seus valores, quanto ao tratamento que deve ser dado à gestão da informação nos ambientes maçônico e não maçônico vinculados aos trabalhos das Ordens.

Neste sentido, o uso adequado das novas tecnologias pode ser considerado benéfico, devendo, entretanto, haver cautela na categorização dos tipos, níveis de acesso e de divulgação de informações, bem como, no estabelecimento de adequados códigos de conduta vinculados ao relacionamento dos obreiros da Ordem com as diversas tecnologias existentes, sendo estes considerados temas relevantes de estudo

A MAÇONARIA CONTEMPORÂNEA E ALGUNS DE SEUS DESAFIOS: LAICIDADE E MAÇONARIA

O tema laicidade pode ser entendido como um dos pontos críticos a serem trabalhados nas reflexões sobre as bases que sustentam as relações entre as pessoas de determinada sociedade. Neste sentido, percebe-se que este assunto carrega um nítido grau de complexidade, na medida em que a laicidade na perspectiva do mundo ocidental se conecta ao fenômeno de secularização (com manifestações singulares), alimentando por vezes a justificativa para surgimento de processos mais radicais denominados de laicismo. Desta forma, a secularização, laicidade e laicismo (que muitas vezes são inadvertidamente entendidos como sinônimos) representam fenômenos distintos por mais que possuam estreitos vínculos.

Resgatando as reflexões de Rollo (2014), pode-se afirmar que a secularização representa um movimento, que ganha corpo no fim do período medieval, e se prolonga durante a era moderna, caracterizado pela ruptura entre o político e o religioso, isso é, entre a política, a moral e o religioso, contribuindo para a configuração da laicidade como um ideário materializado sob estes fundamentos. Para o avanço deste movimento modernizante de secularização


[?] muito contribuíram os combates travados pela nova filosofia, uma vez que pugnava pelo exercício da razão crítica, liberto de todos os dogmatismos e a afirmação da liberdade de consciência e o livre-pensamento [...] [proporcionando assim os fundamentos da laicidade como] forma institucional que estabelece a diferença entre o espiritual e o temporal, o Estado e a sociedade civil, o indivíduo e o cidadão [...] [permitindo onde este princípio foi aplicado] instaurar a separação da sociedade civil e das religiões, não exercendo o Estado quaisquer poder religioso e as igrejas qualquer poder político. (ROLLO, 2014, p. 273).


O referido autor destaca, ainda que sobre esta ótica, que a laicidade distingue e separa o domínio público do domínio privado, se propondo a ser ao mesmo tempo condição fundante para a existência do espaço de coexistência de todas as convicções como consequência do princípio da liberdade de consciência. Entretanto em sua aplicação prática, o ideário da laicidade além de se desenvolver como um processo social, que não pode ser generalizado ou universalizado (pois não ocorreu, e não ocorre, de forma idêntica e única nos diversos países), se manifesta em várias situações ultrapassando as conotações de neutralidade e indiferença para uma nítida expressão reativa de anticlericalismo, se assemelhando a uma verdadeira guerra (laicismo) que encontra significação semântica na aplicação do sentido etimológico da palavra grega laós que designava "povo" que se opunha ao "clerical" (Rollo, 2014; Ranquetat, 2008).

Sobre a perspectiva das manifestações e diferenças entre laicidade e laicismo nas sociedades democráticas, Neto (2010) faz um apanhado sobre os preceitos regulatórios e conceituais, tecendo as seguintes considerações: 1–O Estado laico não e um Estado inimigo da fé, mas, ao contrário, permite que haja a coexistência de vários credos dentro de seu território, assegurando uma mutua independência e autonomia entre si e as comunidades religiosas; 2–A postura laicista ofende os princípios de um Estado laico, tolhendo a liberdade de manifestação da crença; 3–A liberdade da pratica religiosa em âmbito privado é absoluta, condizente com a própria dignidade do ser humano, não podendo, portanto, sofrer restrições por parte do Estado; quanto a pratica pública do direito de crença, este pode ser limitado, dentro da razoabilidade, nos limites e condições necessárias para preservar os direitos de outrem e a ordem pública; 4–A laicidade robustece o propósito de construção de uma sociedade livre, justa e solidaria. (NETO, 2010, p. 99).


1–O Estado laico não e um Estado inimigo da fé, mas, ao contrário, permite que haja a coexistência de vários credos dentro de seu território, assegurando uma mutua independência e autonomia entre si e as comunidades religiosas; 2–A postura laicista ofende os princípios de um Estado laico, tolhendo a liberdade de manifestação da crença; 3–A liberdade da pratica religiosa em âmbito privado é absoluta, condizente com a própria dignidade do ser humano, não podendo, portanto, sofrer restrições por parte do Estado; quanto a pratica pública do direito de crença, este pode ser limitado, dentro da razoabilidade, nos limites e condições necessárias para preservar os direitos de outrem e a ordem pública; 4–A laicidade robustece o propósito de construção de uma sociedade livre, justa e solidaria. (NETO, 2010, p. 99).


Em seu estudo, Oro (2011) apresenta uma descrição sobre as relações entre Estado e Religião agrupando estas relações em três formas de regime político adotadas pelos países dos continentes europeu e americano. O referido estudo aponta para uma variedade de formas que agrupam sociedades nos modelos de 1) países que mantem um regime de separação Estado-Igreja, 2) países que adotam o regime de separação entre religião e estado com dispositivos particulares em relação a algumas religiões ou igrejas e 3) países que adotam o regime de "Igreja de Estado".

Segundo o autor, por mais que constitucionalmente o Brasil se enquadre no grupo de países que mantem um regime de separação Estado-Igreja, deve-se relativizar este enquadramento. Ao proceder-se o resgate dos fatos históricos de desenvolvimento do Estado Brasileiro, visto que a construção da laicidade no Brasil perpassa por uma formatação de "Igreja de Estado" no período colonial e imperial para, na prática, se tornar em regime de separação acordada entre Estado Brasileiro e Igreja (inicialmente com a Igreja Católica, e posteriormente também com as vertentes evangélicas, em detrimento de outras correntes religiosas, em especial as de matrizes afro-brasileiras), desde o final do período imperial até após a ratificação constitucional de 1988 da separação entre Igreja e Estado no Brasil.

Neste contexto, a maçonaria se apresenta como Ordem iniciática, profundamente influenciada pelo movimento iluminista do século XVIII, que incorpora em seus ritos uma confluência sincrética de simbologias e alegorias, cujas origens remontam nas mais variadas matizes místico-religiosas (CASTELLANI, 2005; LEPAGE, 1978; LEADBEATER, 1978; BIASI, 2012; RAMALHO, 2016). Estas características fizeram da Ordem uma instância natural de aglutinação de pessoas cujos ideais, crenças e práticas geralmente se fundamentam em preceitos que defendem o estudo e exercício da ciência e do livre-pensamento, bem como do questionamento das autoridades religiosas como detentoras do poder ordenador maior sobre as vidas dos indivíduos que integram as sociedades.

Como um ideal, o movimento da laicidade naturalmente perpassou (e ainda perpassa) por processos conflituosos de ajustes em suas diversas formas e tipologias, sendo a Igreja Católica uma das entidades que mais profundamente foram impactadas e que mais incisivamente se manifestaram em oposição a sua perda de poder sobre o Estado nos países em que exercia forte influência na estrutura de poder, focando suas pressões institucionais em governos, bem como em Ordens místicas e iniciáticas (dentre elas a maçonaria) e outras religiões a exemplo das orientais e africanas.

No Brasil, a laicidade tem sido pauta de atuação da maçonaria, perpassando em vários momentos por conflitos diretos com a igreja católica. O envolvimento da maçonaria na discussão sobre a laicidade esteve presente no Império desde 1870, onde a Ordem foi efetiva no processo de secularização brasileira na chamada "Questão Religiosa" (CURY, 2017; SILVA, MARQUES, 2017; SANTOS, SOFFIATTI, 2015; COLUSSI, 2000), e em outros pontos de intercessão até a década de 1930, que corresponde ao final da República Velha (PIPPI, 2002; SILVA, 2013; 2015; 2009; 2011; COELHO, 2017).

A partir e 1930, com o início da Era Vargas, a Ordem viu-se mergulhada em todo o país em um processo de forte movimento antimaçônico oriundo da conjugação institucional do Estado Brasileiro com a própria Igreja Católica (ALENCAR JÚNIOR, 2014), a exemplo de Juiz de Fora e Pernambuco, como relatam (CASTRO, 2008; RICARDO, YVÁN, 2015; SILVA, 2014).

Este movimento antimaçônico na Era Vargas tem em um dos cumes o decreto de fechamento do Grande Oriente do Brasil, dos Grandes Orientes Estaduais e de todas as lojas maçônicas do país efetuado pelo governo brasileiro em 1938, cujo relato é apresentado por Castellani e Carvalho (2009). Vale destacar que este processo se abranda gradativamente após o início do regime militar, encontrando uma significativa diluição ao ser aprovada a Constituição Federal em 1988, que estabelece o direito fundamental aos brasileiros à livre associação, cujas bases da evolução conceitual, bem como do tratamento dos dispositivos constitucionais são aprofundados por Oliveira, 2017.

Neste percurso, o ensino foi palco constante de disputa nos debates sobre a laicidade, e a maçonaria constantemente atuou neste campo, tanto nos debates sobre limites da ação da igreja na educação escolar, quanto na implementação de ações efetivas no estabelecimento de políticas e no fomento da criação de algumas instituições de ensino, como relatam (ARRIADA, TAMBARA, 2018; AMARAL, 2000; DREY, MARCON, 2014; JABUR, COSTA, 2014; e EGITO, 2011).

Os debates e dilemas sobre esta questão ainda estão presentes na atualidade. O tema da laicidade na relação Estado, escola e religião tem recebido abordagens diferenciadas, que vão desde propostas de rupturas extremas com supressão do ensino religioso em escolas públicas, até propostas de participação de estruturas institucionais religiosas nos processos voltados para formar e avalizar professores de ensino religioso contratados e sustentados pelo Estado (GIUMBELLI, 2004)

Vale salientar que a maçonaria, mesmo possuindo as características de instituição laica, enfrenta desafios neste século XXI, tanto na dimensão externa, quanto na própria dimensão interna da Ordem. No que se refere a dimensão externa, convém apontar para as próprias contradições do estado Laico Brasileiro, apresentadas por Oro (2010, p. 235), onde as aparentes incongruências observadas em nosso cotidiano social revelam "uma situação relativamente paradoxal entre o que ocorre na prática (proximidade das religiões, especialmente da Igreja Católica, com o Estado e a esfera pública) e o que é proclamado e firmado legalmente (separação Igreja-Estado)".

No que se refere à dimensão interna, uma característica se apresenta como elemento desafiador que remete aos integrantes da Ordem à necessidade de reflexões e ponderações. Ela, diz respeito ao que podemos denominar de "Matriz sincrética da filosofia maçônica", a qual pode ser extraída da leitura sobre os diversos materiais (livros, artigos, manuais, rituais, etc.) que atualmente são disponibilizados e de fácil acesso generalizado ao público por diversos meios. Esta característica sincrética também é observada por (RAMALHO, 2005), quando busca associar a maçonaria como uma ordem que combina valores tradicionais e modernos, laicos e religiosos, sagrados e profanos em um ambiente que se propõe a ancorar uma confluência de tradições, valores e práticas tecidas com princípios de tolerância frente a diversidade.

Sobre este aspecto, afloram ambiguidades que podem ser entendidas como evidências que comprometem a noção de Laicidade Maçônica a exemplo dos dilemas referentes às perspectivas Teísta e Deista frente aos conceitos e usos do "Livro da Lei" (SOUSA, 2016) e no que diz respeito ao fato de que, por mais que as Potências Simbólicas declarem que seus integrantes têm liberdade de crença religiosa, a grande maioria de seus rituais estão estruturados para executar procedimentos ritualísticos compostos predominantemente de elementos das religiões judaico-cristãs.

No transcurso deste singelo resgate, percebe-se a importância da incorporação da laicidade como tema de estudo e reflexão por parte dos integrantes das diversas entidades maçônicas neste século XXI visando promover entendimento mais aprofundado sobre os processos de consolidação de posições institucionais e de práticas individuais frente aos desafios que a relação entre o Estado e Religião traz no contexto dos dias atuais.

A MAÇONARIA CONTEMPORÂNEA E ALGUNS DE SEUS DESAFIOS: LANDMARKS

No que concerne ao esforço de configurar uma representação estrutural da maçonaria, os trabalhos sobre o assunto tenderão a convergir para uma descrição que apontaria para uma rede não centralizada de poder, com várias instituições independentes e soberanas que estabelecem, entre si, formas de reconhecimento mutuo que chancelam atestamentos de regularidades fundamentados em princípios caracterizadores do que seria, ou não, considerado maçônico. Sobe este aspecto, torna-se oportuno resgatar o que Varoli Filho (1976) elucida sobre o que se pode entender como Maçonaria Universal e Regular. Neste sentido,


[..] não há poder maçônico internacional. As Potências Maçônicas, tenham o nome de Grande Loja ou Grande Oriente, são independentes e soberanas. Na esfera internacional elas se reconhecem mutualmente e assim se comunicam. Trocam representantes ou garantes de amizade. Realizam congressos e reuniões em que se decidem recomendações. Estabelecem tratados e convenções. Por via de regra, só reconhecem um Corpo Maçônico para cada território. Por "corrente universal" da Maçonaria deve entender-se o conjunto de Potências Maçônicas que seguem normas tradicionais e máximas denominadas "landmarks" e "princípios gerais", e que por isso conquistam reconhecimento geral. É de dever revelar que essas Potências regulares constituem a maioria absoluta na maçonaria do mundo. Daí o obreiro "irregular", pode não ser admitido ou recebido nas lojas da corrente dita universal. (VAROLI FILHO, 1976. P.293).


A distinção do campo maçônico, e em especial da diferenciação do que seja ou não maçonaria em âmbito institucional, é um tópico que tem agregado extensa discussão entre vários estudiosos de diversas nacionalidades, e que por sua natureza possui certo grau de complexidade que não deve ser desconsiderado. Entretanto, Aslan (1975) fundamentado nas reflexões de Lionel Vibert apresenta elementos fundantes que, em conjunto, se apresentam como referência de distinção. Segundo o autor,


[...] precisamos ressaltar cuidadosamente todos os traços particulares da Ordem que podem servir para diferenciá-la de todas as outras religiões, sociedades, corporações, fraternidades, ou o que quer que seja e, ao mesmo tempo, nos recusarmos firmemente em aclamar como precursos toda associação da antiguidade que não possui, em lugar de um ou dois, a maioria destas marcas distintivas. Encontraremos que estas marcas são em número de dez. A nossa sociedade: 1º) pertence a uma profissão ou ofício específico (no nosso caso, só mantemos similitude com uma profissão comum); 2º) possui uma constituição particular (Mestres, Vigilantes e outros oficiais); 3º) admite candidatos no decorrer de cerimônias especiais, e estes candidatos devem ser adultos, masculinos e "livres" (ou "francos"); 4º) possui um conjunto de sinais secretos e de palavras de passe, que permite aos seus membros de se reconhecerem entre si, e que não devem ser revelados; 5º) tem a sua história tradicional; 6º) tem o seu costume especial de cerimônia; 7º) possui um ritual elaborado que aplica com precisão, e do qual exige a estrita observância; 8º) ensina o dever de ajudar os outros membros da sociedade, conhecidos sob o nome de irmãos, e uma moral simples ilustrada pelos instrumentos de trabalho do ofício; 9º) utiliza um simbolismo elaborado, não somente como veículo da instrução moral, mas fazendo corpo com todas as nossas cerimônias e nossos sinais. E enfim: 10º) reúne-se periodicamente, não somente para despachar os negócios da Sociedade, mas também para difundir e ensinar a ciência técnica da Ordem, que é considerada como mistério que não deve ser comunicado aos estranhos [...]. (ASLAN, 1975. p. 205-206).


O Termo inglês Landmark, cuja expressão significa limite marco, tradição ou costume que assumem o caráter de antiguidade, consenso universal e imutabilidade, teve no âmbito maçônico a sua primeira menção nos Regulamentos Gerais de Payne, aprovados pela Grande Loja de Londres em 1721, não havendo, entretanto, unidade entre os sistemas de classificação que foram apresentados posteriormente por diversos autores. Um exemplo ilustrativo desta falta de unidade está no próprio fato de haver quantidades variadas de landmarks por sistema de classificação, conforme apresentadas na Tabela 4.



Tabela 4: Quantidade de Landmarkrs por sistema de classificação

3 Landmarks para Alexander S. Bacon e Chetwode Crawley;

5 Landmarks para Albert Pike, fundamentados em sua crítica aos Landmarks de Albert G. Makey;

6 Landmarks para Jean-Piere Berthelon;

6 Landmarks para a Grande Loja de Nova York, que toma por base os capítulos em que se dividem as constituições de Anderson;

7 Landmarks para Roscoe Pound, a Grande Loja da Virginia e o cubano Carlos F. Beatancourt;

9 Landmarks para J.G. Findel;

10 Landmarks para a Grande Loja de Nova Jersey;

12 Landmarks para A.S. Mac Bride;

14 Landmarks para Joaquim Gervásio de Figueiredo;

15 Landmarks para John W. Simons e para a Grande Loja de Tennessee;

17 Landmarks para Robert Morris;

19 Landmarks para Luke A. Lockwood e a Grande Loja de Conecticut;

20 Landmarks para a Grande Loja Ocidental de Colômbia, com sede em Cali;

25 Landmarks para Albert G. Mackey e Chalmers I. Paton e ainda a Grande Loja de Massachussets, a qual, embora só admitindo 8 Landmarks, estes são iguais àqueles enunciados por Mackey;

26 Landmarks para a Grande Loja de Minnesota;

29 Landmarks para Henrique Lecerff;

31 Landmarks para o Dr. Oliver;

54 Landmarks para H.G. Grant e para a Grande Loja de Kentucky.

Fonte: Extraído de Aslan (1995) e De Senna (1981).


Vale destacar que a tese dos Landmarks tem sido um tema bastante discutido, polêmico, controverso e ainda não esgotado no ambiente maçônico desde o século XVIII. Não obstante, para além deste fato, e assumindo o pressuposto de que os marcos de distinção são influenciadores na definição do campo maçônico, convém trazer a tona algumas fragilidades nos critérios de antiguidade, consenso universal e imutabilidade que são definidos como excenciais para a definição de um landmark. Neste sentido, Fagundes et al (1981), argumentam que vários dos landmarks nasceram por ocasião da própria catalogação dos sistemas, bem como não existe consenso universal maçônico entre as Potências no que se refere aos vários landmarks adotados.

Para exemplificar os desafios em que os sistemas são remetidos a enfrentar, torna-se conveniente resgatar alguns dos 25 Ladmarks do Sistema de Classificação de Albert Mackey a luz dos comentários de Albert Pike em 1888 e de algumas questões que entendemos ser ainda relevantes na atualidade, conforme apresentados no Quadro 5.

Tabela 5: Indagações relacionadas com alguns Landmarkrs de Albert Mackey

https://www.ap.anpuh.org/conteudo/view?ID_CONTEUDO=1382






Fonte: Própio Autor. (*) Extraído de Aslan (1972)



Continuação da Tabela 5





Fonte: Próprio Autor. (*) Extraído de Aslan (1972)

Aproveitando o exemplo acima mencionado, pode-se inclusive destacar as contradições existentes entre o ordenamento legal do Brasil, representado por sua Constituição Federal em seu artigo 5º, e o 18º Landmark. Sem tecer juízo de valor e apenas com o propósito de evidenciar o respectivo dilema são apresentados no Quadro 6 os dois dispositivos.





Em um esforço de sintetizar a problemática dos Landmarks, De Senna (1981, p. 15-17) apresenta uma síntese sobre a questão. Para ele, 1) os Landmarks, constituem atualmente problema de difícil solução, onde tratadistas, jurisconsultos e todos que deles se ocuparam não chegaram a um acordo no sentido de definí-los, enumerá-los, classifica-los e interpretá-los; 2) em face da extrema complexidade do tema e da inexistência de uma solução, têm os landmarks sofrido as mais diversas contestações; 3) os escritores maçônicos, via de regra, não têm procurado estudar o assunto, possivelmente em face da complexidade do mesmo; 4) há uma idéia generalizada de que os Landmarks jamais poderão sofrer qualquer alteração ou modificação; 5) é público e notório que, muitas das prescrições contidas nos Landmarks, em especial na relação de Mackey, seriam mais apropriadas a prescrições regulamentares ou a regimentos internos; 6) há necessidade de profundos estudos sobre os Landmarks, para que estes sejam universalmente aceitos e 7) sugere-se, inicialmente, a designação de comissões, compostas de profundos estudiosos da Maçonaria de cada País, com o objetivo precípuo de prepararem um ante-projeto, a ser submetido a uma Assembleia Internacional de Maçons de todas as Potências, com a finalidade de obter-se um denominador comum em torno de Landmarks.

Mesmo propondo garantir segurança aos preceitos que buscam definir em essência o que é, e o que não é maçonaria, os Sistemas de Landmarks sofrem corrosão natural do tempo proveniente das pressões geradas pelas mudanças de tecnologia, conhecimento e cultura entre as gerações nas diversas sociedades. Neste sentido, podemos retroagir na história e observar as características dos períodos aristocrático e democrático da maçonaria que se estabelecem como fruto das transformações ocorridas em seu período operativo (ASLAN, 1975). Sobre este aspecto não é incorreto afirmar que a Maçonaria de ontem não era a mesma da Maçonaria de hoje, bem como, provavelmente as duas terão diferenças significativas em relação à Maçonaria do futuro, sendo os Landmarks considerados como pontos críticos a serem incorporados nas pautas de mesa de discussão maçônica e acadêmica relacionadas aos ajustes dos preceitos da Ordem frente às mudanças e transformações da Maçonaria no Século XXI.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou empreender olhares no sentido de entender como estão configurados os dilemas da mulher, das redes sociais, da laicidade e dos Landmarks na maçonaria com a intenção de contribuir para estudos e práticas futuras voltadas para compreensão das transformações características da contemporaneidade. Desta forma, o objetivo geral deste trabalho residiu em tecer considerações sobre os desafios da maçonaria atual, direcionando os esforços mais especificamente em 1): analisar a participação da mulher na maçonaria como um desafio da contemporaneidade; 2) analisar potencialidades do uso das redes sociais no contexto maçônico; 3) analisar elementos vinculados à relação entre laicidade e maçonaria e 4) apresentar reflexões sobre os Ladmarks sob a perspectiva da maçonaria contemporânea.

Longe de estabelecer posicionamentos frente aos desafios apresentados, o presente estudo se propôs apenas a resgatá-los como fatos dados em um contexto vivido por aqueles que integram o campo maçônico nos dias de hoje. Neste sentido, a maçonaria, entendida como fenômeno social, é passível de ser abordada como objeto de estudo nas mais variadas áreas do saber. Entretanto, vale destacar que as fraturas percebidas nas pesquisas em maçonaria, especialmente no Brasil, aparentam estarem relacionadas com a falta de escolas de estudo maçônico consolidadas, além do número reduzido de pesquisas/trabalhos elaborados com desenhos metodológicos de adequado rigor científico, bem como com as descontinuidades nas produções de estudos maçônicos por parte das linhas/grupos de estudos criados para pesquisar este campo do saber.

Sobre este aspecto, é prudente confessar que para tecer considerações mais sólidas sobre esta questão recomenda-se esforços exploratórios de caráter bibliométrico no sentido de abarcar dados que possibilitem afirmar com mais segurança 1) o aumento (ou diminuição) de publicação de trabalhos cujo objeto de estudo é (ou está mergulhado na) maçonaria como fenômeno; 2) os tipos de meios de divulgação das pesquisas em maçonaria utilizados com mais (ou menos) frequência; 3) as áreas do conhecimento que mais são mobilizadas para execução das pesquisas em maçonaria (história, filosofia, teologias, ciência política, sociologia, psicologia, administração, etc.); 4) as principais temáticas, problemas e objetos de pesquisa que são definidos como focos no estabelecimento dos estudos científicos em maçonaria; 5) as principais características dos pesquisadores em maçonaria (nacionalidade, naturalidade, faixa etária, sexo, formação educacional, vinculo institucional, etc.); 6) os paradigmas, desenhos metodológicos e categorias analíticas mais (ou menos) utilizados nas pesquisas em maçonaria; 7) as evidências de rigor científico apresentadas nos resultados das pesquisas em maçonaria relacionados ao tratamento dos dados qualitativos e quantitativos.

Assumindo uma forte especulação baseada na percepção assistemática do presente autor sobre as características do processo de estudo em maçonaria, ousa-se afirmar neste trabalho, como hipóteses aos estudos bibliométricos recomendados acima, que: 1) mesmo aumentando a cada ano, a produção de literatura fundamentada em pesquisas que adotam rigor no método de coleta, análise e discussão dos dados ainda é significativamente reduzida; 2) dependendo da temática (especialmente àquelas relacionadas com as origens e difusão da maçonaria moderna entre os séculos XVII a XIX), há um volume maior de escritores europeus e norte-americanos que desenvolveram (e desenvolvem) pesquisas com maior rigor científico, principalmente quando seus objetos de estudo possuem locus existencial capaz de gerar dados primários nestes dois continentes; 3) entretanto, quando os objetos de estudo e seus locus existenciais, estão situados em outras regiões, o volume de pesquisadores de outros continentes deve ser maior; 4) no Brasil, percebe-se também o aumento do interesse pelo estudo mais rigoroso em maçonaria; 5) mesmo não sendo uma tradição a pesquisa cientifica no meio literário especializado no Brasil, verifica-se também o acréscimo contínuo de publicações de pesquisas científicas que adotam a maçonaria como dimensão de análise, bem como é nítido o aumento do número de pessoas que se manifestam criticamente sobre a qualidade (principalmente em relação a validade e confiabilidade) dos conteúdos de várias publicações de autores nacionais e, 6) neste sentido, existem algumas pautas de difícil enfrentamento para os pesquisadores brasileiros, a exemplo dos estudos focados nas Questões de Origem e de Desenvolvimento da Maçonaria na Europa e Estados Unidos até o final do século XIX, sendo as pautas de estudo da maçonaria contemporânea no Brasil e continente latino-americano àquelas que se apresentam como rotas mais amigáveis de pesquisa.

Frente aos desafios da maçonaria do Século XXI em relação a mulher, redes sociais, laicidade e Landmarks emergem duas vias que se apresentam como ambientes capazes de possibilitar abordagens diretas. A primeira via, chamada de institucional, envolve o campo representado pelas instituições e atores vinculados às Ordens maçônicas, e a segunda chamada de epistemológica, envolve o campo representado pelos processos de produção de saberes sobre os temas vinculados a cada desafio e que fundamenta tanto os processos de permanência, quanto os de transformação do universo maçônico.

É no campo institucional que as dinâmicas vinculadas aos conflitos, disputas de poder e tomada de decisão se mesclam efetivamente com os processos de mudanças e transformações das Ordens maçônicas, e é nesta ambiência que se definirão no tempo os cenários de exclusão, assimilação, separação ou adaptação da mulher na maçonaria, bem como a regulação do uso das redes sociais e o estabelecimento de conclaves sobre o posicionamento formal frente aos Landmarks da Ordem.

Entretanto é na via epistemológica que, o desafio da produção do conhecimento assume o papel de elemento fundamental nos processos de ajustes às transformações da sociedade neste século XXI, na medida em que a produção de saberes fundamentada em abordagem dialógica descortina equívocos e proporciona a elucidação de alternativas capazes de serem adotadas na ambiência que ancora o campo institucional maçônico.

Neste sentido, emergem potenciais temas de estudos maçônicos futuros capazes de subsidiar mudanças de realidade, a exemplo de pesquisas que busquem: 1) identificar singularidades e similaridades nas estruturas, ritualísticas e liturgias de instituições que se autodenominam maçônicas e desenvolvem suas atividades com, e sem, a presença de mulheres nos seus trabalhos em loja; 2) identificar as possíveis alternativas do uso de diversas tecnologias de informação e comunicação nas diversas Ordens maçônicas e seus impactos em suas atividades; 3) Identificar os elementos de sincretismo místico, filosófico e religioso dos diversos rituais e liturgias maçônicas sob a perspectiva do conceito de laicidade e 4) Identificar os traços e características que distinguem as Ordens Maçônicas como tais.


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