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Conhecendo as romãs

O SIMBOLISMO DAS ROMÃS

O autor nos mostra o rico simbolismo da romã na tradição judaica, no ritual maçônico e nas culturas antigas.



O SIMBOLISMO DAS ROMÃS

ANDRE URBANO JUNIOR

Introdução

Inúmeros artigos e livros da vasta biblioteca maçônica tratam sobre as colunas existentes logo à entrada dos Templos Maçônicos. Colocadas sobre os capiteis destas, sempre acima do olhar físico de cada Irmão, passa despercebida e, por isso, mais ignorada, provavelmente porque requer um esforço interpretativo de um dos mais elevados ideais para a Maçonaria: "A UNIÃO".

Neste trabalho vamos nos aprofundar no rico simbolismo da romã na tradição judaica, no ritual maçônico e nas culturas antigas. A discussão explorará os vários significados atribuídos à fruta, incluindo abundância, fertilidade e significado espiritual.

O objetivo deste trabalho é aprofundarmos no simbolismo da romã, analisando o seu significado conforme proposto em diferentes tradições e civilizações, recorrendo à associação analógica entre a abordagem dos elementos simbólicos e mitológicos, mais condizente com a estrutura intuitiva do pensamento antigo.

A romã na mitologia

... Zeus uniu-se com Gaia, e dessa união nasceu Agdistis, um ser com órgãos sexuais masculinos e femininos, e por ser tão pouco natural até os deuses temiam esta criatura. A assembleia dos deuses olímpicos decidiu destruir a completude do andrógino Agdistis, privando-o de sua masculinidade. Dionísio transformou água em vinho e entregou a bebida ao andrógino que, intoxicado, caiu em um sono pesado. Assim, o deus teve tempo de amarrar o membro a um tronco de árvore com uma corda. Quando a intoxicação desapareceu, Agdistis acordou de repente, sendo fatalmente castrado pelo cruel estratagema de Dionísio. Os jorros de seu sangue borrifaram o solo ao redor, fazendo milagrosamente crescer uma planta cujo fruto conhecemos hoje como romã. Posteriormente, esse fruto misterioso fertilizou a deusa do rio Nana, que mais tarde deu à luz Átis. Cibele, a mãe primordial, ou seja, a única parte feminina de Agdistis que sobreviveu à castração, apaixonou-se loucamente por Átis, mas este, depois de retribuir o sentimento louco, a abandonou. A deusa se vingou terrivelmente: enlouqueceu Átis e o castrou. O solo, novamente molhado de sangue, dessa vez brotou muitas violetas. Cibele, arrependida, pediu a Zeus que trouxesse Átis de volta à vida, ficando mais ou menos satisfeita, de acordo com as diferentes versões do mito (CATTABIANI Alfredo, Calendar. The festivals, myths, legends and rites of the year, Rusconi, 1994, pg. 106).

Ao examinar o simbolismo mencionado acima, podemos começar pelo mito frígio de Cibele e Átis. Essa narrativa mítica não apenas surge como uma das mais antigas representações de ressurreição da região mediterrânea, mas indica algumas das palavras-chave para entender o significado essencial do simbolismo da romã: primordialidade, queda, sangue, morte, fecundidade, vida e até mesmo amor. Longe de apresentar uma inconsistência, faz da romã, ao contrário, um símbolo perfeito, capaz de unir os (aparentes) opostos.

Bem conhecidas são as referências mitológicas lendárias à "maçã com sementes" (do latim rom?na 'maçã romana') que aprofundam o seu simbolismo. Nestas, o fruto colhido por Eva na Árvore do Bem e do Mal, que causou a Queda dos progenitores da humanidade, não era outra coisa senão uma romã e não uma simples maçã, conectando-a ao primórdio da humanidade e à sua queda.

A romã remete igual e sutilmente, à morte. Prosperpina – filha de Zeus e Deméter (que por sua vez, é filha de Saturno e Cibele) – foi destinada a reinar sobre o submundo depois de comer algumas sementes de romã que Plutão lhe ofereceu

O que se percebe é que a romã não apenas acolhe os conceitos opostos de queda e elevação, morte e vida, mas também elementos "intermediários" como fertilidade e introduz todo um simbolismo da transição, especialmente em nível existencial ou ritual. Por esta razão assume um papel particular no contexto do rito de passagem por excelência, o iniciático, destinado a introduzir o iniciado a uma nova vida.

A simbologia da romã no Judaísmo

O judaísmo provavelmente encontrou o motivo da romã em outras culturas mais antigas antes de incorporá-lo à sua própria iconografia. A primeira referência bíblica à romã ocorreu após o antigo êxodo israelita do Egito e antes de sua entrada na terra de Canaã. Por meio de Moisés, o Senhor instruiu a construção de um santuário de mesa, o Tabernáculo. Outras revelações incluíram detalhes sobre as vestimentas do sacerdote oficiante. A santidade da túnica cerimonial designada pela primeira vez a Arão foi reiterada em Êxodo 29:29: "E as vestes sagradas de Arão serão de seus filhos depois dele, para nelas serem ungidos e consagrados". Essas vestes sagradas e seus símbolos, portanto, deveriam ser passados de uma geração para a outra, mantendo assim uma tradição de santidade.

E farás o manto do sacerdote todo de azul... Farás romãs de fios de tecidos azul, púrpura e escarlate em volta da costura do manto, intercaladas com pequenos sinos de ouro. Os sinos de ouro e as romãs se alternarão por toda a costura em volta do manto. Arão o vestirá quando ministrar. O som dos sinos será ouvido quando ele entrar no Lugar Santo diante do SENHOR e quando sair, para que não morra. (Êxodo 28:31; 33-34).

Os primeiros sacerdotes de Israel realizavam seus deveres em um Tabernáculo móvel. Quando Salomão construiu o Templo em Jerusalém, a romã, como forma de arte, tornou-se parte dessa estrutura sagrada. Três referências bíblicas distintas descrevem os capitéis dos pilares gêmeos de entrada do templo, decorados com um motivo de rede de romãs. 1:Reis:7 detalha a construção do templo. Hiram, um artesão de Tiro, criou os dois pilares chamados Jaquim e Boaz. Ele também as ornamentou com romãs:

E fez as colunas e duas fileiras ao redor sobre uma rede, para cobrir com romãs os capitéis que estavam no alto: E assim fez para os outros capitéis... E quatrocentas romãs para as duas redes, ou seja, duas fileiras de romãs para cada rede, para cobrir os dois bojos dos capitéis que estavam sobre as colunas... E assim Hiram acabou de fazer toda a obra que fez ao rei Salomão para a casa do Senhor. (1 Reis 7:18, 40, 42)

No Judaísmo sefardita, a romã é um símbolo de fertilidade, unidade do povo de Israel na diáspora, harmonia e estabilidade. Era dado às noivas em casamentos e consumido na festa de Ano Novo (Rosh Hashaná), pois cada romã contém exatamente 613 sementes, assim como 613 Mitzvot (regras contidas na Torá) e que são solicitadas a Deus para poder para cumprir naquele feriado.

Neste ambiente judaico e mediterrâneo nascerá a Cabala. O ditado rabínico "até os mais vaidosos entre nós estão cheios de mitsvot, como uma romã", foi interpretado pelo rabino cabalista polonês Yehuda Leib Halevi Ashlag da seguinte maneira: assim como não há vazio na romã, uma vez que as suas numerosas sementes estão totalmente integradas na sua polpa, não haverá espaço para o vazio em nós se nos esforçarmos para nos preencher com a grandeza do criador, trabalhando além da razão e da razoabilidade. A romã seria assim um símbolo do ser humano que se esforça para melhorar com a ajuda do seu criador e cujo benefício, o seu salário, será proporcional ao seu esforço. E isso é algo familiar a qualquer maçom.

A simbologia da romã no Templo de Salomão

Ele fundiu duas colunas de bronze, cada uma com dezoito côvados de altura e doze de circunferência. Fez dois capitéis, fundidos em bronze, para serem colocados no topo das colunas; ambos tinham cinco côvados de altura. Fez duas grades para cobrir os capitéis que estavam acima das colunas: uma grade para um capitel e uma grade para o outro capitel. Fez romãs em duas fileiras ao redor da cerca para cobrir os capitéis acima das colunas, da mesma forma que fez com o segundo capitel. Os capitéis acima das colunas tinham a forma de um lírio. Havia capitéis acima das colunas, aplicados à projeção que estava além da grade; eles continham duzentas romãs em uma fileira ao redor de cada capitel. Ele ergueu as colunas no vestíbulo do templo. Ele ergueu a coluna da direita, que chamou de Jaquim, e ergueu a coluna da esquerda, que chamou de Boaz. (1 Reis 7,15: 21-42)

Tendo dito isso, as numerosas romãs que adornam o Templo de Salomão são explicadas por meio de várias referências à tradição bíblica. Em cada coluna do templo havia redes de malhas, grinaldas e romãs. Em cada coluna havia esferas de bronze que representavam romãs. Nos livros da Bíblia que tratam do tema (1 Reis, 2 Crônicas e Jeremias) há uma certa confusão quanto ao número de romãs que existiam em cada coluna e se eram naturais ou de metal. E essa confusão espraia-se pelas diferentes visões entre os autores maçônicos sobre o tema (Boanerges Castro, Charles Webster Leadbeater). Ponto de consenso, porém, é a romã ser uma fruta sagrada, simbolizando a comunidade e seus componentes, unidos e protegidos sob a mesma casca.

A simbologia da romã nas religiões

Proveniente da região entre a Pérsia e os Himalaias, o cultivo da romã já está documentado na Mesopotâmia no quarto milénio a.C., e daí espalhou-se para o Oriente Próximo, atingindo posteriormente as duas margens do Mediterrâneo, estando ligada às Grandes Deusas Mães da região: a Innana dos Sumérios, a Ishtar dos Cananeus, a Astarte dos Fenícios (como Hiram) e a Tanit dos Fenícios e Cartagineses. Eram deusas da fecundidade e da fertilidade relacionadas com o ciclo agrícola do nascimento da planta, crescimento da colheita, morte da semente e sua germinação; isto é, do ciclo de morte, vida e renascimento. Em comum, a estrutura interna deste fruto, repleta de centenas de sementes unidas numa matriz gelatinosa de cor granada, era considerada uma metáfora de vida, abundância e fertilidade.

Já pelo significado de morte e ressureição, um exemplo encontra-se nas necrópoles fenícias, cartaginesas e no antigo Egito, onde é comum encontrar estelas funerárias com representações de romãs associadas a colunas com capitéis jónicos como símbolos de ressurreição e imortalidade relacionadas com ritos de passagem para a vida após a morte.

No Hinduísmo os Vedas, alguns dos textos religiosos mais antigos do hinduísmo, consideram a romã - com seu tesouro interno de sementes comestíveis - um símbolo de fertilidade e prosperidade.

O Budismo considera a romã uma das três frutas abençoadas. As outras são as frutas cítricas e o pêssego. Durante sua vida na Terra, o Buda recebeu sua cota de presentes valiosos de discípulos ricos, mas o que o encantou foi o presente de uma pobre mulher idosa com uma pequena romã.

No Cristianismo, a fruta, quebrada ou arrebentada, é um símbolo da plenitude do sofrimento e ressurreição de Cristo, representando a necessidade de olhar para dentro em busca do sangue que redime os crentes, e as sementes de romã eram frequentemente comparadas a crentes individuais, reunidos em uma comunidade de fé.

E no Islamismo, de acordo com o Alcorão, os jardins do paraíso incluem romãs. Diz-se que o profeta Maomé incentivou seus seguidores a comer romãs para afastar a inveja e o ódio.

A simbologia da romã na Maçonaria

A relação das Romãs com a Ordem Maçônica está na adoção, pela Ordem, do Templo de Salomão como modelo de seus Templos. Na busca de uma definição simbólica e perfeita para o Templo que cada um de nós tem em si próprio, a Bíblia fornece aos Maçons o Templo de Salomão, símbolo de alcance magnífico. Todo o templo maçônico, incluindo o soalho, as paredes e o teto, é contemplado no Painel, tendo em sua composição duas colunas, sobre as quais estão plantadas Romãs. Estas duas colunas são ornadas com romãs, lírios e correntes, e nelas as romãs são mostradas através de três romãs entreabertas, no topo das colunas J e B e denominadas "romãs da amizade", representando a prosperidade e a solidariedade da família maçônica.

O grande número de grãos que a romã possui e sua propriedade afrodisíaca, fez com que a mesma fosse considerada, na simbologia popular, como sendo a representante da fecundidade e da riqueza. Este, talvez, seja o significado mais correto para as Romãs colocadas sobre as colunas de Salomão. No entanto, também, são simbolizadas como sendo a força impulsionadora para o trabalho e dispêndio de energia.

CONCLUSÃO

Discorremos assim sobre a simbologia da Romã na mitologia, nas religiões e nos Templos Maçônicos, mas que significado simbólico é dado a elas na Maçonaria e por que as romãs são colocadas nas colunas J e B dos nossos templos? Para conhecê-lo, devemos ter em mente, como diz Sebastián García Garrido (2004:129), que:

"Como sempre acontece na evolução de um símbolo, o novo significado não implica o desaparecimento dos anteriores. Estes estão subjacentes como um substrato mais ou menos imperceptível."

Percebemos que a partir do mito frígio, gerado por volta do quarto milênio a.C (e replicado na mitologia grega e hindu) a romã passou a estar presente em diversas religiões e filosofias, seja na Mesopotâmia, Egito e no Oriente próximo, e procuramos entender por que Salomão ordenou a sua colocação nos capitéis. Além disso, o significado simbólico dado a este fruto na Grécia, em Roma, no misticismo sufi, na cabala, na alquimia ou na iconografia e no misticismo cristão foi acrescentado ao longo do tempo, como camadas sobrepostas que muitas vezes coincidiam, até chegar aos maçons especulativos que desenharam as lojas e decidiram o significado que eles queriam dar a cada um dos objetos contidos neles.

Não sendo somente símbolo de vida, antagonicamente a romã também é um símbolo de morte e renascimento na mitologia grega e no cristianismo, remetendo na Maçonaria à simbologia da morte do ser profano e seu renascimento como iniciado.

No Judaísmo a romã é um símbolo de unidade do povo de Israel, e na Maçonaria, os grãos da Romã, mergulhados na sua polpa transparente, simbolizam os maçons unidos com a energia e a força necessárias para realizarem o trabalho. Os grãos da romã, assim como na filosofia judaica, simbolizam a união em seus vários aspectos.

Dessa análise podemos inferir a opção de Hiram pela colocação das romãs no topo das colunas J e B no Templo de Salomão, e posteriormente replicada pelos maçons especulativos no desenho dos Templos Maçônicos. A observação do fruto elucida-nos rapidamente da razão de ser destas representações simbólicas. Uma romã tem uma casca dura e resistente, que representa o espaço físico da Loja: uma e outro abrigam as infrutescências, mantendo-os a coberto de elementos exteriores. As infrutescências (as "sementes", "bagas" ou "grãos") representam os obreiros da Loja. Tal como as infrutescências da romã são todas diferentes umas das outras, havendo leves variações de formato e de tamanho, também os obreiros de uma Loja mantêm a sua individualidade própria. Mas, se comermos as infrutescências da romã, verificamos que todas elas têm exatamente o mesmo sabor, o mesmo grau de doçura em função do amadurecimento do fruto, independentemente da forma e do tamanho delas.

O que mantém as sementes da romã unidas é a pele interna, essa pele, feita da mesma substância carnuda e consistente da casca e do miolo, representa o selo, ou melhor, o sigilo maçônico; rompido esse selo, as sementes ficam expostas ao ataque de pragas, deteriorando-as e estas perdem assim sua finalidade. Igualmente nas nossas Lojas, todos os nossos assuntos necessitam da proteção do sigilo, sob pena de rompido este, a Loja, que é a romã, vir a sofrer sérias consequências como a perda da união que deve reinar em nosso meio em prol do bem comum. O nosso juramento é representado pela seiva que alimenta as sementes (que são os OObr.·.), e que foi contraído sem o mínimo de coação moral e sem reserva mental ou equívoco. Rompido esse juramento, a fruta definha seca e, por fim, apodrece. Assim, o sigilo, representado pela pele que UNE e SELA as sementes, merece de nossa parte o máximo de cuidados. É responsabilidade do fruticultor, que é representado pelo "Venerável", zelar para que a árvore da Maçonaria venha a produzir frutos não afetados por pragas e doenças, zelando pela preservação não só da casca da fruta (o material), como também pela unidade garantida pelo sigilo, que é simbolizado pela pele interna da fruta.

A principal lição que devemos levar sobre as romãs está na forma como as sementes se mantêm unidas "ombro a ombro". Apesar de seus formatos e tamanhos diferentes, as sementes apoiam-se em perfeita união. São inúmeras e, como nós, espalham-se pelo planeta.

Cada Maçom deve zelar para que a árvore da Maçonaria venha a produzir frutos não afetados por pragas e doenças, e a união deve reinar no nosso meio, visando o bem comum.

ANDRE URBANO JUNIOR é Mestre Maçom

REFERÊNCIAS

CATTABIANI Alfredo. Calendar: The festivals, myths, legends and rites of the year, Rusconi, USA, 1994

FAYE, Eugène de. Gnostiques et gnosticisme. Étude critique des documents du gnosticisme chrétien aux IIe et IIIe siècles, Biblioteca da Universidade de Michigan, USA, 1913.

GIACOMO, Luke di. https://axismundi.blog/en/2021/04/27/the-symbolism-of-the-pomegranate, 2021

GRANT, Steve. http://fsantoke.byethost3.com/gfn-archives/articl58.htm?i=1 , The global fraternal network

ABRAM, Mary. The Pomegranate: Sacred, Secular, and Sensuous Symbol of Ancient Israel, BYU Scholars Archive, Studia Antiqua nr. 7, Utah/USA, 2009

ASLAN, Nicola. Estudos maçônicos sobre o simbolismo. Editora Aurora, Rj: 1969. Disponível na Biblioteca "Plácido Saber".

GODOY, Joel. A Romã - Fruta sagrada do Templo de Salomão, https://www.yumpu.com/pt/document/view/62792616/a-roma-fruta-sagrada-do-templo-de-salomao, Yumpu

TORRES GOMÁRIZ, Octavio. "A romã: usos e significados de uma fruta do Oriente no Ocidente", Universidade de Alicante-CEFYP-INAPH, 2017

MACEDO, Ernande Costa,"A origem da romã e seu simbolismo na Maçonaria", https://jornalocompasso.com.br/a-origem-da-roma-e-o-seu-simbolismo-na-maconaria,

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