TRÊS LUZES GUIAM NOSSOS PASSOS
Luzes transmitem mais do que apenas energia e calor. O sentimento e o conhecimento chegam até nossos sentidos. Ocorre que nem sempre a visão completa de um tema nos é permitida. Aprendemos todo dia, trocamos ideias e experiências e para isso as fontes de luz são essenciais.
INTRODUÇÃO
Há três grandes luzes simbólicas da Maçonaria Universal encontradas no Altar dos Juramentos: o Esquadro, o Compasso e o Livro da Lei.
A recepção da Luz é simbolicamente representada pela concepção do G:.A:.D:.U:., que representa a divindade suprema e infinita, o grande arquiteto do universo. Através desta representação, o maçom busca alcançar uma conexão com o divino e buscar a iluminação espiritual.
No momento da recepção da Luz, o maçom é introduzido a um novo conhecimento e compreensão que o ajudará a percorrer seu caminho de autoconhecimento e busca pela verdade. É o momento em que ele se torna verdadeiramente iniciado nos mistérios da ordem maçônica e começa sua jornada de aperfeiçoamento pessoal.
A recepção da Luz também representa a transformação do profano em iniciado, do não iluminado para o iluminado. É uma cerimônia solene e reverenciada, onde o aspirante tem o privilégio de receber a bênção e orientação dos irmãos mais experientes.
Os Irmãos assumem o compromisso de agir com retidão e integridade em todos os aspectos de sua vida. Eles reconhecem que a busca pela Luz não se resume apenas ao conhecimento intelectual, mas também na vivência desses princípios em seus relacionamentos pessoais, profissionais e sociais.
Através do compromisso assumido durante a recepção da Luz, o Irmão se volta para trabalhar em si mesmo e para contribuir com o aperfeiçoamento da humanidade como um todo. Ele busca se tornar um melhor ser humano, um exemplo de conduta ética e moral para os demais.
O contato com as três Grandes Luzes é um lembrete constante para o maçom de que ele deve seguir o caminho da sabedoria, buscar a verdade e agir de forma justa em todas as suas ações. É um lembrete de que ele é responsável por seu próprio crescimento espiritual e que tem o dever de ajudar seus irmãos maçons em sua jornada também.
A recepção da Luz é um momento de profundo significado e importância na vida de um maçom. É o momento em que ele se compromete a buscar a verdade, a honrar os princípios da ordem e a utilizar seu conhecimento e sabedoria para o bem de si mesmo e da humanidade.
Que este ato solene seja sempre lembrado como um marco na jornada a ser percorrida, um momento sagrado em que o Irmão se conecta com o divino e assume o compromisso de viver de acordo com os ensinamentos da ordem.
Que a Luz do G:.A:.D:.U:. continue a guiar os passos de todos os Irmãos, inspirando-os a agir com sabedoria, justiça e fraternidade em todos os aspectos de suas vidas.
Partindo desta premissa, cumpre-me a tarefa de pincelar nos parágrafos ulteriores, alguns dos significados individuais e conjuntos das Três Grandes Luzes da Maçonaria.
O Compasso, a primeira das três luzes emblemáticas
O Compasso é uma ferramenta que nos lembra da importância da justiça infalível e imparcial do Grande Arquiteto. Ela nos recorda que há limites definidos entre o bem e o mal, entre a virtude e o vício, e que devemos nos esforçar para seguir os mandamentos divinos.
Se obedecermos aos comandos divinos e honrarmos os princípios da ordem, seremos recompensados. Essa recompensa pode ser vista como o aperfeiçoamento pessoal, o crescimento espiritual e o legado positivo que deixamos para a humanidade.
No entanto, se desrespeitarmos esses comandos e agirmos contrariamente aos princípios da ordem, seremos punidos. Essa punição pode ser vista como as consequências negativas de nossas ações, o afastamento da Luz e a falta de progresso espiritual.
O Compasso traz a imagem do pensamento por intermédio de diversos círculos que pode formar. O distanciamento ou a aproximação de seus braços apontas as diversas formas de raciocínio que surgem à medida que as situações solicitem.
O esquadro, a segunda das três luzes emblemáticas
Esse símbolo é comumente representa a busca da evolução espiritual, da harmonização entre o homem e o divino. A retidão representada pelo esquadro implica na correta aplicação dos princípios éticos e nos valores morais na vida diária.
O Esquadro também simboliza a justiça, a igualdade e a equidade. É uma lembrança constante para que os maçons mantenham a conduta reta e justa em todas as suas ações.
Além disso, o Esquadro é um símbolo usado nas construções arquitetônicas e nas artes em geral, representando a precisa e correta medição, a exatidão e a ordem. A ideia de precisão e ordem se aplica não apenas às ações e comportamentos, mas também ao desenvolvimento espiritual de cada indivíduo.
O esquadro representa a harmonia entre o terreno e o divino, o equilíbrio entre a matéria e o espírito, e a busca incessante pela sabedoria, justiça e aperfeiçoamento moral. É um lembrete constante para que os maçons orientem suas vidas de acordo com princípios morais elevados, visando a evolução pessoal e a contribuição positiva para a sociedade como um todo.
O Esquadro também simboliza a retidão de conduta moral e ética que todos os maçons devem seguir. Ele nos lembra que devemos ser justos e equânimes em todas as nossas ações e demonstrar igualdade de tratamento a todos os irmãos.
Além disso, o esquadro nos lembra da importância da medida e da proporção em nossas vidas. Devemos ser cuidadosos em nossas escolhas e ações, pois elas têm consequências e impacto sobre os outros. Isso nos lembra de sermos responsáveis por nossas palavras e ações.
O Esquadro também é um lembrete de que a verdade é um elemento fundamental de nossa jornada maçônica. Devemos buscar a verdade e agir de acordo com ela, tanto na Loja quanto na vida cotidiana.
Por fim, o Esquadro nos incentiva a viver com integridade, praticando uma vida virtuosa e honrada. Devemos procurar cultivar qualidades positivas em nós mesmos e nos esforçarmos para ser exemplos de retidão para os outros.
Assim, o Esquadro é um símbolo poderoso que nos lembra da importância da equidade, justiça e retidão em nossas vidas como maçons. Devemos constantemente buscar aperfeiçoamento pessoal e sermos conscientes de nossas ações, exercendo controle sobre nossos impulsos e desejos. Na presença do Esquadro, devemos ser constantemente lembrados de nossos deveres e de como devemos nos esforçar para agir de maneira justa.
O Livro da lei, a terceira das três luzes emblemáticas
A crença em um Princípio Criador é considerada um dos requisitos essenciais para o ser humano. Essa crença mostra nossa disposição em reconhecer a existência de uma força superior que governa o universo e dá significado à nossa existência.
O Princípio Criador como "O Grande Arquiteto do Universo" constitui uma designação geral para a divindade que cada um pode interpretar à sua própria maneira. Não é uma imposição de uma religião específica, mas sim a aceitação de um poder superior que está além da compreensão humana.
A presença de um Livro da Lei é outra característica distintiva para os Irmãos. O Livro da Lei representa os ensinamentos morais e éticos que guiam os obreiros em sua jornada de desenvolvimento pessoal. Esse livro pode ser a Bíblia; já para os maçons de diferentes religiões, o livro pode ser o Corão, o Tanakh ou outras escrituras sagradas que sejam significativas para eles.
O Altar é o centro cerimonial nos rituais, onde o Livro da Lei é colocado. Ele simboliza a importância dos ensinamentos e valores fundamentais. A presença do Livro da Lei no Altar representa nosso compromisso em agir de acordo com esses princípios em todas as áreas da vida.
Assim, a crença em um Princípio Criador e o reconhecimento da importância da vida futura são essenciais para nossos irmãos. Esses conceitos nos incentivam a viver de acordo com valores morais e éticos elevados, a buscar o aprimoramento pessoal e a trabalhar para o bem-estar da humanidade como um todo. Comprometemo-nos a respeitar e seguir esses princípios fundamentais. Eles nos ajudam a desenvolver uma perspectiva mais ampla sobre a vida, a encontrar nosso propósito e a viver de maneira harmoniosa com os outros.
No entanto, é importante ressaltar que que inexiste a imposição de uma visão religiosa específica. Todos somos incentivados a seguir nossa própria religião ou crença pessoal e a respeitar a diversidade de crenças dentro da Irmandade.
Em resumo, a crença em um Princípio Criador, a vida futura e a presença do Livro da Lei são aspectos centrais para os Obreiros. Eles representam nosso compromisso com a busca da verdade, da sabedoria e do desenvolvimento pessoal, e nos orientam em nosso desejo de sermos homens de bem e contribuir para um mundo melhor.
AS TRÊS GRANDES LUZES DO TEMPLO
Há outras importantes luzes que nos apontam a direção dos trabalhos, cada uma com suas atribuições, formando um todo harmônico. Não é uma hierarquia e sim uma ordem, uma precedência, cada qual possui sua simbologia e responsabilidades.
Venerável Mestre , a primeira das grandes luzes do Templo
É a partir do exemplo e da conduta ética do Venerável Mestre que os Aprendizes e Companheiros aprenderão os fundamentos da maçonaria, como a busca pela sabedoria, o respeito à lei e à ordem, a tolerância e a igualdade entre os irmãos.
O esquadro, como joia do Venerável Mestre, simboliza a retidão e a igualdade nas ações. O Venerável Mestre deve sempre procurar agir com justiça, equidade e imparcialidade, buscando o equilíbrio nas decisões e no convívio com os irmãos.
Assim como o esquadro é usado como instrumento para alinhar e medir formas, o Venerável Mestre é o guia que busca ajudar os irmãos a encontrar seu verdadeiro eu, a medir suas ações e a buscar o aperfeiçoamento moral.
O Venerável Mestre tem o papel de ensinar e orientar os irmãos, mas também de quebrar preconceitos e abrir horizontes, buscando sempre a verdade e o progresso.
Portanto, a joia do Venerável Mestre, o esquadro, é mais que um simples objeto simbólico, é a representação da própria missão e responsabilidade que o Venerável tem de guiar seus irmãos nos caminhos da maçonaria, baseados na sabedoria e nas ações justas.
O 1º Vigilante, a segunda das grandes luzes do Templo
O 1º Vigilante também é responsável por substituir o Venerável Mestre em suas ausências ou impedimentos, assumindo temporariamente a direção dos trabalhos. Nesse papel, ele deve garantir a ordem e o bom funcionamento dos afazeres, seguindo as diretivas do Venerável Mestre e mantendo a harmonia entre os irmãos.
O 1º Vigilante também desempenha um papel de liderança na instrução e orientação dos Companheiros, que são os membros que estão progredindo na jornada maçônica. Ele deve incentivá-los em seu desenvolvimento e ajudá-los a compreender e aplicar os ensinamentos da Ordem.
Assim como os outros cargos na loja, o 1º Vigilante também possui uma joia que o identifica como titular do cargo. A joia, neste caso, é o Nível, que representa a igualdade entre os irmãos e a busca pela perfeição moral e espiritual.
Em resumo, o 1º Vigilante é um dos pilares da loja, responsável por garantir a ordem e a harmonia nos trabalhos maçônicos, orientar os Companheiros em sua jornada maçônica e apoiar o Venerável Mestre nas suas funções. Ele exerce uma importante liderança na loja e representa a força e a igualdade que permeiam a Maçonaria.
O 1º Vigilante tem a direção da Coluna do Sul e a ele compete a responsabilidade de instruir os Companheiros. O 1º Vigilante é o portador do SEGUNDO MALHETE, simboliza a FORÇA, da qual se exsurge a energia positiva e o vigor que impulsiona à continuidade dos trabalhos. Como ocupante do cargo, deve ajudar ao Venerável Mestre no fortalecimento e na direção dos trabalhos, ajudando-o com zelo no governo da Loja, para que, na ação conjunta dos esforços, mais se intensifique o progresso e a elevação moral e intelectual dos membros da Loja Maçônica.
O 2º Vigilante, a terceira das grandes luzes do Templo
O 2º Vigilante é responsável por zelar pela harmonia no templo, garantindo que todos os irmãos ajam dentro dos princípios éticos e morais da maçonaria. Ele também é responsável por observar o comportamento dos aprendizes e cuidar para que eles estejam aprendendo e se desenvolvendo adequadamente. Ele representa o Equilíbrio no templo, estando localizado entre o Venerável Mestre e o 1º Vigilante.
O 2º Vigilante tem a responsabilidade de instruir os Aprendizes. O 2º Vigilante é o portador do TERCEIRO MALHETE, simbolizando a BELEZA, que tem por objetivo embelezar as ações na busca dos objetivos traçados pelo Venerável Mestre. A BELEZA encarrega-se de adornar os trabalhos e torná-los agradáveis. Como arquiteto de si mesmo, a BELEZA é o objetivo almejado por todo Maçom, harmonizando a obra da criação com o ambiente social no qual a obra se insere.
Conclusão
No princípio do mundo, disse o GADU "faça-se a luz ... e a luz foi feita." Essa frase simboliza a busca pela luz da sabedoria e da verdade.
A busca pela luz implica em uma jornada de autoconhecimento, de crescimento pessoal e de busca pela verdade e pela retidão.
A luz simboliza a sabedoria, a inteligência e a compreensão. É através da busca pela luz que o Irmãos irá se aprimorar e se tornar uma pessoa melhor. A luz é um símbolo importante e representa a essência da ordem e dos ensinamentos para todos os Obreiros.
É importante ressaltar que a luz representa a busca pela sabedoria e pela verdade, e que deve orientar e iluminar os passos dos Irmãos em sua jornada maçônica e em sua vida cotidiana. Ela representa a busca pelo conhecimento, pela ética e pela retidão, e convida o Irmão a se esforçar para ser uma pessoa melhor e contribuir para o bem da humanidade.
Portanto, quando ouvimos a frase "faça-se a luz ... e a luz foi feita", estamos sendo lembrados da importância de buscar essa fonte de sabedoria, e de colocá-la em prática em nossa vida diária. É um convite para sermos a luz do mundo, para sermos exemplos de virtude, de retidão e de amor fraternal.
Cabe a cada Irmão buscar essa luz, essa sabedoria, e trilhar o caminho da retidão e do bem. É um compromisso pessoal e um constante desafio, mas é também uma fonte de crescimento pessoal e de contribuição para a sociedade.
REFERÊNCIAS
BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçônica. 15ª reimpressão. Ed. Pensameto: São Paulo, 2013.
FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio. Dicionário de Maçonaria. 17ª edição. Editora Pensamento: São Paulo, 2011.
GOMES, Pinharanda. A Regra Primitiva dos Cavalheiros Templários. Ed. Hugin: Lisboa, 1990.
LOMAS, Robert, O Poder Secreto dos Símbolos Maçônicos. Ed. Madras: São Paulo, 2014.
REVISTA UNIVERSO MAÇÔNICO. O Significado da Estrela de Davi e do Hexagrama. Disponível em: http://www.revistauniversomaconico.com.br/esoterismo-e-astrologia/o-significado-da-estrela-de-davi-e-do-hexagrama/ . Acesso em: 20/09/2023.
MARCELO PEREIRA CRUVINEL é Companheiro Maçom